A estenose de junção uretero-pélvica, conhecida como estenose de JUP, é uma doença urológica comum caracterizada pelo fechamento parcial ou total da junção entre a pelve renal e o ureter. Isso impede a passagem livre da urina do rim para a bexiga, resultando em acúmulo de urina na pelve renal e dilatação renal (hidronefrose).
Devido ao acúmulo de urina na pelve renal, podem surgir complicações como dor crônica abdominal e no flanco (do mesmo lado da obstrução), infecções urinárias recorrentes e formação de cálculos renais (pedras nos rins). Dependendo do grau de obstrução, pode ocorrer perda parcial ou total da função renal.
A maioria dos casos é congênita, ou seja, presente desde o nascimento e geralmente não é diagnosticada até a vida adulta. Uma parcela menor tem origem secundária, resultante de cirurgias renais ou passagem de cálculos. O tratamento padrão para reparo da estenose de JUP é a pieloplastia aberta, com taxa de sucesso superior a 90%.
No entanto, a pieloplastia aberta pode ter alta morbidade pós-operatória, incluindo dor intensa, longo tempo de internação e retorno tardio às atividades normais, além de deixar cicatrizes visíveis devido à incisão lombar.
Desde a primeira pieloplastia laparoscópica em 1993, esta técnica ganhou impulso na urologia. A pieloplastia laparoscópica desmembrada reproduz as taxas de sucesso da aberta e reduz a morbidade pós-operatória em pacientes aptos à cirurgia.
Em dezembro de 2014, foi realizada a primeira pieloplastia videolaparoscópica em Jataí, em uma paciente com estenose de JUP no rim direito. A cirurgia envolveu remoção do segmento estenosado na junção uretero-pélvica e sutura cuidadosa da pelve renal no ureter, com uso de um cateter duplo J para manter a sutura e evitar fechamento secundário.
Após cerca de seis semanas, o duplo J foi removido por cistoscopia. Toda a cirurgia foi realizada laparoscopicamente, com apenas quatro incisões de meio centímetro, e a paciente teve alta no segundo dia pós-operatório.
Cerca de 90% dos pacientes conseguem manter ou recuperar parte da função renal no rim afetado após a cirurgia, evitando a perda do rim.
Graduado em Medicina na Faculdade Arthur Sá Earp Neto, em Petrópolis, RJ. Busco constantemente aprimoramento profissional, participando de cursos especializados em áreas como Ureterorrenolitotripsia Flexível a Laser e Videolaparoscopia Avançada.
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